terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Palavra de Vida - Fevereiro - com fotografias


Para os mais jovens aqui fica a Palavra de Vida deste mês - adaptação ao comentário de Chiara Lubich - ilustrada com fotografias. Pode fazer-se o download para o computador ou clicar em cima para ver a imagem maior.

Palavra de Vida - Fevereiro

«Todos os que se deixam guiar pelo Espírito, esses é que são filhos de Deus» [Rm 8, 14] (1)

Esta Palavra de Vida encontra-se na parte central do hino que S. Paulo canta à beleza da vida cristã, à sua novidade e liberdade. Estes são frutos do baptismo e da fé em Jesus, que nos inserem plenamente n’Ele, e, através d’Ele, no dinamismo da vida trinitária. Ao tornamo-nos uma única pessoa com Cristo, compartilhamos o Seu Espírito e todos os seus frutos: e o primeiro de todos é a filiação de Deus.
Ainda que S. Paulo fale de «adopção» (2), fá-lo unicamente para a distinguir da posição de filho natural que compete apenas ao Filho único de Deus.
A nossa relação com o Pai não é puramente jurídica, como seria a relação de filhos adoptivos, mas algo de substancial, que muda a nossa própria natureza, como se por um novo nascimento. Porque toda a nossa vida passa a ser animada por um princípio novo, por um espírito novo que é o próprio Espírito de Deus.
E nunca mais acabaríamos de cantar, em sintonia com S. Paulo, o milagre de morte e ressurreição que a graça do baptismo realiza em nós.

«Todos os que se deixam guiar pelo Espírito, esses é que são filhos de Deus».

Esta Palavra fala-nos de uma coisa que tem muito a ver com a nossa vida de cristãos. De facto, o Espírito de Jesus introduz em nós um dinamismo, uma tensão que S. Paulo sintetiza na contraposição entre carne e espírito. Por carne entende o homem inteiro (corpo e alma) – com toda a sua constitucional fragilidade e o seu egoísmo – continuamente em luta com a lei do amor, ou melhor, com o próprio Amor que foi derramado nos nossos corações (3).
De facto, aqueles que são conduzidos pelo Espírito, têm de enfrentar todos os dias o «bom combate da fé» (4). Só assim podem repelir todas as inclinações para o mal e viver de acordo com a fé professada no baptismo.
Mas como? Sabemos que – para que o Espírito Santo possa agir – é necessária a nossa correspondência. S. Paulo, ao escrever esta Palavra, pensava sobretudo naquele aspecto dos discípulos de Cristo, que consiste precisamente na renúncia a si mesmo, na luta contra o egoísmo, com as numerosas formas com que se apresenta.
Mas é este morrer para nós mesmos que produz vida. De forma que, cada corte, cada poda, cada “não” ao nosso eu egoísta, é fonte de luz nova, de paz, de alegria, de amor, de liberdade interior: é uma porta aberta ao Espírito.
Dando mais espaço ao Espírito Santo que está nos nossos corações, Ele poderá derramar, com maior abundância, os seus dons, e poderá conduzir-nos no caminho da vida.

«Todos os que se deixam guiar pelo Espírito, esses é que são filhos de Deus».

Como viver, então, esta Palavra de Vida?
Antes de tudo, devemos tornar-nos cada vez mais conscientes da presença do Espírito Santo em nós. Trazemos no nosso íntimo um tesouro imenso, mas nem nos apercebemos bem dessa realidade. Possuímos uma riqueza extraordinária, mas quase nunca fazemos uso dela.
Em segundo lugar, para que a Sua voz seja por nós ouvida e seguida, devemos dizer não a tudo aquilo que é contra a vontade de Deus e dizer sim a tudo o que Deus quer. Dizer não às tentações, afastando prontamente as respectivas sugestões. Dizer sim às tarefas que Deus nos confiou; sim ao amor para com todos os nossos próximos; sim às provações e às dificuldades que encontramos…
Se assim fizermos, será o Espírito Santo a conduzir-nos, dando à nossa vida cristã aquele sabor, aquele vigor, aquele entusiasmo, aquela luminosidade, que não pode deixar de ter se for autêntica.
Então, também quem estiver próximo de nós há-de verificar que não somos apenas filhos da nossa família humana, mas filhos de Deus.

Chiara Lubich

1) Palavra de Vida, Junho de 2000, publicada em Città Nuova, 2000/10. p. 7; 2) cf. Rm 8, 15; Gl 4, 5; 3) cf. Rm 5, 5; 4) 1 Tm 6, 12.